Deus Todo Poderoso, que nos criou à Vossa imagem e nos indicou o caminho do bem, do verdadeiro e do belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela Internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos sejam aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Da devoção aos santos anjos a espiritualidade de combate

A cultura burguesa acabou por domesticar no imaginário dos homens a figura dos anjos. Os anjos são criaturas terrivelmente poderosas e de natureza em muito superior as nossas, tanto que se os mesmos não utilizam de um invólucro, um avatar humano, mas se revelam tal como são, não podemos sequer apreender sua forma, nosso ''processador'' não consegue inteligir sua figura e - tal qual um computador antigo tentando processar gráficos de alta definição de um jogo recente - acabamos vendo uma imagem como que distorcida e estranha, tal qual as descrições veterotestamentárias.

Outra coisa que as representações destas criaturas como bebezinhos barrocos nos fazem olvidar é a personalidade dos mesmos, a absoluta consciência que tem de sua dignidade a ponto de não deixar passar a mínima ofensa. São Gabriel ante a incredulidade de Zacariais o castigou com a mudez. São Miguel ante a hesitação de Santo Auberto por atender seus pedidos lhe perfurou o crânio com um simples toque. Há ainda a passagem do anjo exterminador que veio tomar a vida de todos primogênitos do Egito. 

Tenham nos lábios o louvor de Deus,
e nas mãos a espada de dois gumes,
para tirar vingança das nações pagãs, e impor castigos aos povos;
para lançar em ferros os seus reis,
e por em algemas os seus príncipes,
executando contra eles o julgamento pronunciado.
Tal é a glória reservada a todos os seus fiéis . (Sl 149, 6-9)

Quão brutal não terá sido o combate de tais criaturas extraordinárias contra os malditos demônios?

A inclinação dos anjos ao combate aparece ainda também no livro do Gênesis, onde um deles toma a forma humana e vai lutar com Jacó, numa das primeiras lutas desportivas da história. E mesmo não passando de uma brincadeira para tão formidável criatura, como um pai brincando de lutinha com seus filhos, ele feriu o coxa do grande patriarca, deixando o mesmo manco por toda a vida. 

O mínimo que se deve esperar de alguém que tenha verdadeira devoção as milícias angélicas é um espírito combativo. Vivemos em uma guerra, uma guerra total de natureza espiritual, cultural, política e não raro também física. Poucas vezes na história a delimitação das fronteiras entre os exércitos de Deus e do inferno estiveram tão claras. O inferno hoje combate sob liderança de Baphomet, o demônio andrógino, e capitaneado por Asmodeu, "rei de Sodoma" -  assim como as nações cristãs são guardadas por arcanjos as que caíram sob o domínio do inferno são capitaneadas por demônios de mesma hierarquia - . Não há alternativa ao combate senão a rendição e aqueles que se renderem serão levados cativos como escravos pelo inferno.

Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio

Esteja você, caro leitor, preparado para o combate. O combate contra o demônio, o mundo e a carne, o combate contra o (seu) desemprego, contra a miséria, contra a preguiça, o sedentarismo, a obesidade e a poltronice, o combate contra esta cultura iníqua suja e pornográfica que procura lhe influenciar, o combate contra aqueles que procuram pilhar seu patrimônio, a guerra cultural contra os comunistas e as bruxas (feministas), o combate da fé contra os hereges, sobretudo aqueles infiltrados dentro da Igreja. Desenvolva uma espiritualidade de combate, percorra o bushido, o caminho do guerreiro, seja um soldado de Deus.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Distinção


24ª Semana do Tempo Comum | Segunda-feira
Primeira Leitura (1Tm 2,1-8)
Responsório Sl 27(28),2.7.8-9 (R. 6)
Evangelho (Lc 7,1-10)


1. Cristo manda os apóstolos irem pregar primeiro aos restos de Israel. Se os israelitas tem o privilégio da presença humana de Cristo e seu apostolado público, as nações pagãs só dele ouvirão falar depois da sua Ressurreição. Duas vezes, contudo, os pagãos se aproximam de Jesus. A primeira é lembrada de sua condição com uma das mais duras respostas do Evangelho: "Não convém tirar o pão dos filhos para dá-los aos cães". O centurião [do Evangelho de hoje], contudo, se mostra tanto mais ciente de sua condição: ele não se dirige diretamente a Jesus mas pede a intercessão de anciãos judeus, e mereceu essa intercessão por antigos favores prestados a religião. Há uma hierarquia sagrada, uma ordem na caridade. O filho primogênito tem justos privilégios, a nação santa, os irmãos.... O igualitarismo e a o universalismo fazem tábula rasa de todas essas distinções, abstraem e ignoram aquilo que o Deus encarnado não ignorou. Não se deveria. Quem trata estranhos da mesma forma que trata os irmãos, desonra os irmãos. Claro que a todos se deve fazer o bem, mas um pai de família que mima os garotos de rua e descuida da educação de seus filhos não pode ser louvado como virtuoso. Um marido que mais atenção desse as mulheres da rua que a própria esposa seria um canalha. O mesmo se diz dos pastores da Igreja: se antes se dedicam a servir ao mundo que aos cristãos, não são pastores mas mercenários. Uma coisa é sair para buscar a ovelha perdida, outra é tratar os animais selvagens com mais zelo que o próprio rebanho. A humildade do centurião é a consciência do próprio estado, de alguém que se fez distante do reino, do um estrangeiro, daquele que não é filho e portanto todo o favor que recebe é imerecido. Há situações na vida em que estaremos neste tipo de situação, em que não estaremos ante familiares e amigos, mas ante pessoas distantes aos quais não podemos reclamar nenhum direito. Estes nada nos devem e se quisermos receber algo dos mesmos, devemos portar-nos com humildade e gratidão.

2. A intercessão dos anciãos judeus também nos aponta para a intercessão dos santos. Quando não estamos próximos o suficiente de Deus, devemos recorrer a amigos em comum, aqueles que podem dizer algo em nosso favor.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Junto à Cruz


Nossa Senhora das Dores - Memória | Sexta-feira
Primeira Leitura (Hb 5,7-9)
Responsório Sl 30(31),2-3a.3bc-4.5-6.15-16.20 (R. 17b)
Evangelho (Jo 19,25-27)

Junto à cruz de Jesus estavam de pé a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleófas, e Maria Madalena. (Jo 19, 25)

Nossa Senhora estava de pé junto a cruz. Uma das obras de misericórdia é visitar os encarcerados, bem aventurados os perseguidos por causa da justiça. Hoje há muitos vitimados pelos tiranos, condenados a penas cruéis, tendo a vida destruída sem que tenham praticado nenhum mal. Muitos cristãos, no entanto, preferem zombar deles, repetindo as máximas do mundo. Se não há como auxiliá-los, ao menos se devia rezar por eles e evitar tomar parte no coro dos escarnecedores. Tudo que fizestes a um desses pequeninos, foi a mim que fizestes - dirá o Senhor no Dia do Juízo.

Devemos tentar imitar a Santíssima Virgem e as santas mulheres, devemos estar junto de Cristo na Cruz para consolá-lo, seja desagravando seu sacratíssimo coração por meio de súplicas e orações diante do Santíssimo Sacramento, seja estando ao lado de nossos irmãos e praticando a caridade para com aqueles que sofrem injustamente perseguições por parte dos tiranos e comunistas.
Na guerra, de pouco serviria a coragem dos soldados que enfrentam o inimigo, se não houvesse outros que, sem tomarem aparentemente parte na batalha, proporcionam munições e alimentos e remédios aos guerreiros...

- Sem a oração e sem o sacrifício de tantas almas, não haverá verdadeiro apostolado de ação. (Forja, 664)

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Vigilância


22ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira
Primeira Leitura (1Ts 5,1-6.9-11)
Responsório Sl 26(27),1.4.13-14 (R. 13)
Evangelho (Lc 4,31-37)

1.
“Pernoctans in oratione Dei” - passou a noite em oração. - É o que São Lucas nos diz do Senhor. Tu, quantas vezes perseveraste assim? - Então... (Caminho, 104)

A vigília noturna aponta a vigília do espírito, ao estar desperto e atento aos sinais, tanto da Parusia, o Retorno de Nosso Senhor Jesus Cristo, quanto aos sinais da ira de Deus: os castigos que envia aos homens afim de que se emedem. Mas, não basta entendermos isso de forma superficial e abstrata, precisamos experimentar isso, de modo que a experiência abra nossa mente a novas categorias de entendimento, assim a vigília real deve ser praticada concretamente. 

2.
Quando (os ímpios) disserem: "Paz e segurança" - então lhes sobrevirá uma destruição repentina, como as dores a uma mulher grávida, e não escaparão. (1Ts 5, 3)
 É notável como os ímpios atualmente vivem como que ébrios, incapazes de notar o óbvio: a decadência de sua civilização iníqua. Por todo lado há sinais de que as coisas não vão bem, indícios de que tudo vai terminar em desastre, mas eles julgam que tudo ficará bem, que sempre haverá paz e segurança, ainda que se escute ao longe o trotar dos quatro cavaleiros. Na metáfora do filme Matrix, escolheram a pílula azul. Não aspiremos o mesmo destino, pois, por mais que no momento eles pareçam gozar da tranquilidade da ignorância, o dia do castigo e as consequências desastrosas de uma vida pecaminosa os surpreenderá como um ladrão. Cultivemos pois a vigilância e nos preparemos para o pior. Como se dá essa preparação? Em primeiro lugar na alma procurando se em estado de graça, mas não só: aprender a operar com Bitcoin e outras tecnologias alternativas, treinar o corpo para situações extremas, planejar rotas de fuga, construir uma reserva de emergência, manter backups e montar EDC's podem ser práticas prudentes. Parece exagero? Pense nos ucranianos que do dia para noite se viram imersos em uma guerra terrível, aqueles que se prepararam puderam deixar o país, lutar na guerra se tornou uma escolha não um fardo. Já tantos outros, estão reféns do atual presidente, e são obrigados a lutar ainda que não o queiram. Pense nos argentinos e venezuelanos condenados a miséria pela loucura de líderes inaptos. 

sábado, 2 de setembro de 2023

Capitalismo Sagrado (?)



21ª Semana do Tempo Comum | Sábado
Primeira Leitura (1Ts 4,9-11)
Responsório Sl 97(98),1.7-8.9 (R. 9)
Evangelho (Mt 25,14-30)

A parábola dos talentos devia ser saboreada aos poucos, como um salutar remédio a tantos católicos que tem traumas para com a economia de mercado. Está ali a desigualdade (um recebeu cinco talentos, outro dois, outro um), a obrigação de mutiplicar as riquezas e o recurso aos banqueiros (e ao investimentos de baixo risco) ao invés de enterrar o dinheiro para este ser corroido pela inflação.

E do material se sobe ao espiritual onde também há desigualdade e obrigação de multiplicar os dons espirituais. Aquele que não tem a engenhosidade para fazê-lo, devia colocar-se sobre a direção de outrém ("os banqueiros", seriam mestres espirituais e diretores de obras pias) afim de ao menos produzir alguns juros. A preguiça ainda é um pecado capital.

Há um mecanismo de seleção providencial. O vencedor leva tudo. O fantasma da derrota, do fracasso, está presente não só no capitalismo, mas também na religião. A diferença que os que perdem nesta não são privados de bens materiais mas da presença de Deus, e não são condenados a miséria mas as torturas so inferno. E se os probres são objeto da caridade dos santos, os condenados não. Tente conseguir sucesso no capitalismo, mas se não conseguir tudo bem. Salve sua alma, pois se não conseguir, tudo está perdido.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Dez Virgens


21ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira
Primeira Leitura (1Ts 4,1-8)
Responsório Sl 96(97),1 e 2b.5-6.10.11-12 (R. 12a)
Evangelho (Mt 25,1-13)

Na primeira leitura, o apóstolo fala sobre os pecados da luxúria, a impudicícia, e alerta aos fiéis para não viverem entregue as paixões desregradas como os gentios. E aquele que despreza esse ensinamento não despreza um homem, mas despreza a Deus. No salmo é dito que Deus ama os que odeiam o mal. O Evangelho trata da parábola das dez virgens. Porém, numa iníqua concessão as costumes deste século imundo, na contramão do que ensina a primeira leitura, substituem os modernistas "virgens" por "jovens" em uma tradução absolutamente inadequada. Na parábola haviam dez virgens, haverá em nossas paróquias ao menos três? Século maldito, do qual fomos avisados em La Salette, onde o próprio clero - uma cloaca de impurezas - é cúmplice dos pecados do povo. Se cinco das dez virgens encontraram fechadas as portas do reino, acaso terá mais sorte essa geração de prostitutas? Se não chorarmos nossos pecados, se não odiamos o mal que praticamos, mas antes os escusamos e minimizamos, não estamos aptos sequer ao início da parábola. Não há como falar de prudência no meretrício.