
21ª Semana do Tempo Comum | Sábado
Primeira Leitura (1Ts 4,9-11)
Responsório Sl 97(98),1.7-8.9 (R. 9)
Evangelho (Mt 25,14-30)
A parábola dos talentos devia ser saboreada aos poucos, como um salutar remédio a tantos católicos que tem traumas para com a economia de mercado. Está ali a desigualdade (um recebeu cinco talentos, outro dois, outro um), a obrigação de mutiplicar as riquezas e o recurso aos banqueiros (e ao investimentos de baixo risco) ao invés de enterrar o dinheiro para este ser corroido pela inflação.
E do material se sobe ao espiritual onde também há desigualdade e obrigação de multiplicar os dons espirituais. Aquele que não tem a engenhosidade para fazê-lo, devia colocar-se sobre a direção de outrém ("os banqueiros", seriam mestres espirituais e diretores de obras pias) afim de ao menos produzir alguns juros. A preguiça ainda é um pecado capital.
Há um mecanismo de seleção providencial. O vencedor leva tudo. O fantasma da derrota, do fracasso, está presente não só no capitalismo, mas também na religião. A diferença que os que perdem nesta não são privados de bens materiais mas da presença de Deus, e não são condenados a miséria mas as torturas so inferno. E se os probres são objeto da caridade dos santos, os condenados não. Tente conseguir sucesso no capitalismo, mas se não conseguir tudo bem. Salve sua alma, pois se não conseguir, tudo está perdido.

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