14ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira
Primeira Leitura (Gn 46,1-7.28-30)
Responsório Sl 36(37),3-4.18-19.27-28.39-40 (R. 39a)
Evangelho (Mt 10,16-23)
Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem. (Mt 10, 23)
Circunstâncias históricas diversas acabaram por forjar uma aliança entre catolicismo e nacionalismo em um passado próximo. Algumas décadas depois, mesmo após o colapso dos regimes nacionalistas, não poucos católicos procuram recorrer - de forma nostálgica - as soluções do passado. Muitos argumentam que é preciso recuperar o apego a terra, alimentam um ideário provinciano e encaram a tecnologia com um temor caipira. O cosmopolitismo seria uma praga, o estrangeiro, algo a ser temido. Hoje lemos na escritura que Deus abençoa a viagem de Jacó/Israel ao Egito. Por cerca de quatrocentos anos viveriam os judeus no Egito até que Deus os levasse ao deserto com Moisés e, depois de 40 anos de viagem, os conduzisse a Canaã. Nosso Senhor Jesus Cristo diz aos apóstolos (e a ordem ecoa também para nós): se vos perseguirem em uma cidade, fugi para outra!; não existe, pois, qualquer preceito espiritual que nos aprisione a terra que nascemos, antes é uma escolha baseada em critérios pragmáticos. Se o lugar não está bom, se há fome, guerra e perseguição, podemos muito bem armar nossas tendas em outro lugar. E isso não vale apenas para a nação, vale para a cidade, o emprego, a paróquia, a namorada (se não casou ainda está livre para trocar), se as coisas não estão boas, não constitui pecado algum migrar, procurar outros horizontes, você não tem um juramento solene feito sob o altar que te prenda a uma fidelidade eterna a isto, tem?


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