Deus Todo Poderoso, que nos criou à Vossa imagem e nos indicou o caminho do bem, do verdadeiro e do belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela Internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos sejam aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Da Tenda dos Sábios às Montanhas das Loucura


21ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira 
 Primeira Leitura (1Cor 1,17-25) 
 Responsório Sl 32(33),1-2.4-5.10ab e 11 (R. 5b) 
 Evangelho (Mt 25,1-13) 


1. A primeira leitura fala da loucura da cruz enquanto e evangelho trata da prudência das cinco virgens. Loucura e prudência, mais um belo paradoxo da fé católica. Duas verdades contraditórias aos olhos dos infiéis, cujo sentido só pode ser desvelado ante os verdadeiros crentes. Explorar o potencial de ideias loucas e ao mesmo tempo cultivar a prudência mais estrita digna de um mandarim. Habitar a tenda dos sábios e explorar as montanhas da loucura, eis aí uma jornada intelectual extremamente interessante.


2.
O Senhor desfaz os planos das nações pagãs, reduz a nada os projetos dos povos. (Sl 32(33), 10)

O pretenso reich de dez mil anos alemão não durou mais que doze anos. Ao se colocar contra os desígnios de Deus, mesmo um plano estético e astuto pereceu. Mas há símios de QI 83 que pretendem construir uma alternativa ao capitalismo e creem que podem libertar-se do domínio da Babilônia desde o terceiro mundo sem o auxílio de Deus. Não é necessário conversão, mas apenas política - pensam em seus corações - o que precisamos - o dizem - é de um grande projeto nacional. São como a alma de um condenado - segundo a imagem da mitologia nipônica -  empilhando pedras em uma praia as margens do Rio Sanzu, esperando assim construir uma escada para os céus que vai livrá-lo do inferno. Sopram os ventos e se perde tudo o que o sujeito construiu, de forma que está sempre a reiniciar a obra que nunca será capaz de concluir.

3. Ainda que cinco delas teriam sido imprudentes, havia dez virgens na parábola do Evangelho. Hoje com muita dificuldade poderemos achar uma ou duas, não digo no mundo, mas dentro de nossas paróquias. Uma pedra de tropeço, um escândalo que expõe a fé ao escárnio dos pagãos para conduta desordenada dos fiéis. E ao invés de ser motivo de vergonha e penitência, antes o contrário, os atuais hierarcas adulteram o Evangelho substituindo o termo ''virgens'' por ''jovens'', afim de não ofender as moças que levam uma vida promíscua e desonrada. É mesmo o fim dos tempos.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Invista no Reino dos Céus


São Bernardo, abade e doutor da Igreja | Memória | Terça-feira
Primeira Leitura (Ez 28,1-10)
Responsório Dt 32,26-27ab.27cd-28.30.35cd-36ab (R. 39c)
Evangelho (Mt 19,23-30)

E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna. (Mt 19, 29)

É provável que você consiga um investimento que pague 1% ao mês. Se for um investidor muito competente, quem sabe não chega a uns 5%. Num jogo de sorte - que quase nunca acontece - pode ser que venha a dobrar seu patrimônio. Contudo há um investimento que paga muito mais, não o dobro mas o cêntuplo de tudo aquilo que investimos, tal investimento é o Reino dos Céus. Se por um tesouro terreno tantos se submetem a muitas privações, economizam, mudam seus hábitos, seu estilo de vida, seu mindset, tanto mais por um tesouro celeste. Invista no reino dos céus, pratique as obras de misericórdia, empenhe-se na caridade e receberá o cêntuplo, segundo as promessas de Deus. Um tesouro que não é tomado pelos ladrões ou pelo Estado, nem devorado pela traça, pela ferrugem ou pela inflação.

domingo, 18 de agosto de 2024

O Deserto do Underground


Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria, Solenidade | Domingo
Primeira Leitura (Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab)
Responsório Sl 131(132),6-7.9-10.13-14 (R. 8)
Segunda Leitura (I Cor 15,54-57)
Evangelho (Lc 11,27-28)

A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias. (Ap 12, 6)

A aspiração de viver no centro (não apenas na questão geográfica, mas cultural) e o medo do combate, no meu entender essas são duas das principais características do espírito burguês, alguém voltado exclusivamente para o mundo. A leitura do livro do Apocalipse proclamada no dia de hoje mostra o caminho contrário: há um dragão vermelho lá fora e uma mulher que foge para o deserto. A mulher é a Virgem Maria, mas também é a Igreja e, ainda, nossa alma. As profecias tem camadas e camadas de significado. O deserto é o underground, o marginal, não no sentido econômico vulgar, mas cultural. A Igreja e também cada cristão, conforme avançam os tempos e o dragão desperta, vai pouco a pouco tendo de se afastar do centro da cultura, habitar as margens, o deserto, até que se completem os dias. Penso que se deveria ajudar os fiéis a pensar desde o deserto. Faz tanto tempo desde o fim da Idade Média, quando o dragão foi liberto de suas correntes, quando a Igreja foi expulsa do Estado e o mesmo se converteu num demônio: o Leviathan; mas ao invés de aprender a lidar com o deserto, alimentamos desejos nostálgicos - beirando ás vezes fantasias milenaristas - de retornar ao centro, de recuperar o poder temporal. Muitos parecem ansiar mais essa utopia eclesiástica, essa vitória política da Igreja, do que de fato a segunda vinda de Cristo. Como se fosse possível construir algo estável nesse mundo instável;  que é isso senão uma miragem?