Deus Todo Poderoso, que nos criou à Vossa imagem e nos indicou o caminho do bem, do verdadeiro e do belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela Internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos sejam aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Pássaros


São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja - Memória | Quarta-feira
Primeira Leitura (2Sm 7,4-17)
Responsório Sl 88(89),4-5.27-28.29-30 (R. 29a)
Evangelho (Mc 4,1-20)


1. A semente caiu a beira do caminho, vieram os pássaros e a comeram. Os pássaros são imagem do demônio, que impede os homens de conservar na memória a palavra de Deus. Embora possa atuar também de forma sutil, hoje os demônios do ar tem a sua disposição infinitas formas de distração para tirar a palavra da memória dos homens: os jornais e as futilidades da mídia enchem a cabeça do sujeito de porcaria, de forma que não há espaço para Deus. Há, ainda, o prurido das novas doutrinas (que nada mais são que as velhas heresias em nova embalagem)  que afeta o clero, de forma que deixam de lado o ofício de pregar e conservar as verdades de sempre em prol das mentiras da ocasião. A semente não chega a seu destinatário, não penetra o coração dos homens, mas é comida pelos pássaros...

2. A iconografia cristã costuma retratar o Divino Espírito Santo em forma de uma pomba branca; no Evangelho de hoje, os pássaros são imagens dos demônios, quando pensamos em pássaros como imagem do maligno geralmente nos vem a mente aves negras: corvos, gralhas e urubus. Todos  pássaros, mas há de se ter algum discernimento para separar a espécie de cada um. De igual modo, o homem precisa ter o discernimento dos espíritos, afim de separar aquelas sugestões que vem de Deus, daquelas que vem do Diabo. E o erro - consciente - em tão delicada operação é mortal, pois não haverá perdão para aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, isto é negar suas santas inspirações e atribuí-las ao demônio ou, ao contrário, atribuir a Deus aquilo que tem origem infernal.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

"Chamou a si os que quis"


2ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira
Primeira Leitura (1Sm 24,3-21)
Responsório Sl 56(57),2.3.-4.6 e 11 (R. 2a)
Evangelho (Mc 3,13-19)

Acerca dos doze apóstolos, é dito no Evangelho que Jesus escolheu os que quis. No Brasil, possivelmente pela lavagem cerebral socialista feita nas escolas, é quase um crime usar desse direito que nos legou o Criador: o arbítrio. Os homens sentem-se constantemente instados a justificar suas ações, dar contas a sociedade do porque age de tal ou qual forma, até as escolhas mais íntimas como o próprio estado de vida - se o sujeito pretende se casar com alguém e com quem sob que critérios - precisam de razões, de discussões públicas, ninguém tem coragem de dizer fiz por que quis. A questões que dizem respeito apenas a si próprio não precisam de outra justificação senão o seu querer, sobretudo se esse querer está em harmonia com as leis divinas, com os 10 mandamentos. Que o leitor não seja mais um destes covardes que andam por aí, destes que tem medo até de expressar o próprio querer (e também o não querer).

sábado, 13 de janeiro de 2024

A unção de Saul


1ª Semana do Tempo Comum | Sábado
Primeira Leitura (1Sm 9,1-4.17-19;10,1a)
Responsório Sl 20(21),2-3.4-5.6-7 (R. 2a)
Evangelho (Mc 2,13-17)


Não há dúvidas sobre a legitimidade da unção de Saul. Ele fora o escolhido, o ungido do Senhor... E contudo, sabemos o fim dessa história; sabemos como Saul traiu sua missão e degenerou na loucura. A unção de Deus não torna ninguém um super-homem nem o dispensa da luta. As páginas do tempo estão recheadas de exemplo de escolhidos que foram infiéis a seu chamado, não poucos deles eram Papas... Mas para além do que ocorre em Roma, você também foi escolhido por Deus, recebeu o santo Batismo e unção do Crisma. Está sendo fiel a unção que recebeu ou será mais um Saul? Alguém com tanto potencial, com uma missão sublime e que colocou tudo a perder. Rezemos, do contrário pereceremos.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Calando os demônios midiáticos


1ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira
Primeira Leitura (1Sm 1,9-20)
Responsório 1Sm 2,1.4-5.6-7.8abcd (R. 1a)
Evangelho (Mc 1,21b-28)


Jesus pregava na sinagoga quando um demônio se manifestou. O Divino Mestre não dialoga com o espírito imundo, antes ordena que se cale e o expulsa do corpo do pobre infeliz. Também em nossa vida precisamos calar e expulsar os demônios. Talvez não de forma direita, poucos de nós - felizmente - estiveram diante de uma manifestação tão explícita do diabo, mas de forma indireta. Serei bem concreto: a mídia mundana é, hoje, a filial do inferno na terra, e não excluo que muitos jornalistas sejam verdadeiros possessos; contudo, não poucos cristãos dão ouvidos a esse trelele dos diabos, abrindo seus ouvidos ao parlar infernal, consumindo horas de informações inúteis, fofocas sobre celebridades, opiniões megalômanas sobre a política do dia, críticas construtivas de quem é incapaz de construir qualquer coisa, etc etc etc. É hora de calar esses demónios e expulsá-los de sua vida! Se tem o hábito de acessar grandes portais de mídia, faça o propósito de se livrar deles, substitua-os por feeds de notícias personalizados, onde o que lê não passa pela seleção do inferno, mas por filtros criados por ti, onde a quimera do interesse público bradado pelos jornalistas - que não é outra coisa senão o consenso dos demónios - é substituído por seus próprios interesses. Essa civilização está possessa, e enquanto não expulsar de volta para o inferno a mídia mainstream, não se pode esperar dela nada de bom.

sábado, 6 de janeiro de 2024

Pílulas de Sabedoria

Depois de testemunhar o fracasso existencial da direita e perder toda e qualquer esperança de mudar, através da política, o estado de pestilência e iniquidade que assola a sociedade contemporânea passei a examinar outras alternativas. Por mais que a indiferença seja divertida, e possamos facilmente confeccionar nossa própria bolha e viver nela momentos de sanidade ainda em meio a ruínas, se recebemos alguma inclinação intelectual, alguma benção dos céus, algum talento para o estudo, devemos tentar multiplicar isso, do contrário seremos condenados como servos maus e preguiçosos quando o Senhor retornar. Contudo, como o fazê-lo? Os papéis sociais disponíveis ao intelectual não são outra coisa senão fezes, além de que, testemunhamos na história recente o fracasso de homens maiores. 

Imagine, pois, que você consiga dar expressão a todas as belas ideias que trafegam por sua mente, que escreva um denso livro de 800 páginas em linguagem escolástica, resolvendo a maior parte dos problemas da era contemporânea.  Quantos leitores teria nesta selva tropical? E destes leitores quantos estariam capacitados a compreendê-lo? Talvez, então, devesse formá-los, preparar um ambicioso projeto educacional online, ministrando mais de 3400 aulas, durante um período de cinco ou mais anos. Isso é coisa para intelectuais sexagenários, até a você adquirir a erudição e a maturidade para um empreendimento desse nível, vai ter de encontrar outra forma de pagar o feijão. E ainda assim, a maior parte de seu círculo de amigos não está afim de escutar sequer seus áudios de 15 minutos palestrinha no zap, quantos o acompanhariam por anos a fio em longas aulas online?

Uma outra opção seria a ocupação de espaços, a audiência está cativa do Estado, então poderia quem sabe infiltrar-se nas escolas e universidades. Mas para isso você precisaria expor sua alma a tal grau de corrupção e fingimento num esquema de infiltração que pode durar até a sua morte, ou entrar numa luta suicida contra uma grande instituição decrépita que vai te expurgar; sem falar que vai ter de conviver com pessoas de ideologia infernal ou mini marginais, e lá se vai a quietude da bolha.  E mais:  se você depende financeiramente disso, bem sinto muito. É mais fácil ser absorvido e derrotado pelo meio, devorado pelo Leviatã do que tomá-lo de assalto.

Você também poderia tentar algo através da Igreja, mas a situação da igreja institucional de Francisco e Tucho que quer obrigar aos padres a abençoar b010l4as não está muito melhor; além de quê: creio que não se deve confundir vocação intelectual com vocação sacerdotal e missionária. 

Sendo assim, se você quer exercer o mínimo de caridade intelectual para com o afegão médio, você tem de fazer isso de maneiras não institucionais. A mim, me parece que o caminho é desenvolver uma linguagem capaz de comunicar a verdade de forma breve e impactante, a sabedoria em pílulas. Onde o sujeito lê um tweet seu, ou escuta uma frase na fila do mercado e: caramba! Ele vê a luz!  E isso não para salvar o país - que não tem salvação - mas para salvar sua pobre alma moribunda que,  por algum motivo misterioso, recebeu do Espírito o dom da Sabedoria e/ou da Inteligência e não pode ficar indiferente ao Lázaro mendigando instrução a porta da sua bolha. Você não precisa se matar por ele, mas se o ignorar, vai terminar no mesmo lugar do rico epulão. Condense a sabedoria em pílulas, jogue umas três por cima do muro e sai correndo. Que são os Analectos de Confúcio senão isso?

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

"Não tendes necessidade de que ninguém vos ensine"


Santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno - Memória | Terça-feira
Primeira Leitura (1Jo 2,22-28)
Responsório Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4 (R. 3a)
Evangelho (Jo 1,19-28)

Permaneça em vós a unção que recebeste dele. Não tendes necessidade de que ninguém vos ensine; mas porque a sua unção vos ensina todas as coisas, e ela é verídica e não mentirosa, permanecei nele, segundo ela vos ensinou. (1Jo 2, 27)

Há homens neste século demasiado medrosos. Andam pelas ruas da internet vagando de bolha em bolha em busca de um mestre, reina uma mentalidade de tia de colégio do não leia isso, não veja aquilo, cuidado com isso, "os perigos do autodidatismo", não atravesse a rua sem perguntar ao seu diretor espiritual, há quem coloque terror nos pequeninos e medo até de ler as Escrituras. Esse mentalidade de perpétua insegurança faz com que alguns queiram privar os outros até dos fatos, não devem saber o que ocorre em Roma, a realidade pestilenta dos costumes contemporâneos. Ora, pelo Batismo recebemos o Espírito Santo, na Crisma somos confirmados no mesmo Espírito, é como se recebêssemos um power up; e, nos recorda São João, a unção que recebemos, o sacramento, o Espírito, nos ensina todas as coisas. O fiel que se esforça por viver na graça é instruído por Deus, recebe uma espécie de sexto sentido espiritual ao qual a teologia denomina sensus fidei. O fiel católico não é um profano que tudo deve receber de uma hierarquia gnóstica que detém o conhecimento de segredos ocultos. Ao contrário, ele é capaz de ter por si mesmo a experiência do Espírito, foi para liberdade que Cristo nos libertou (cf. Gl 5,1) ! E tal experiência não se dá ao modo de uma revelação privada, no mais das vezes o Espírito age nos dando Inteligência e Sabedoria para entender a realidade e saborear a doutrina imutável da fé. Confiemos, pois, na unção que recebemos, no poder de nosso Batismo!