Deus Todo Poderoso, que nos criou à Vossa imagem e nos indicou o caminho do bem, do verdadeiro e do belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela Internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos sejam aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Separação


29ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira
Primeira Leitura (Rm 6,19-23)
Salmo Responsorial Sl 1,1-2.3.4 e 6 (R. Sl 39,5a)
Evangelho (Lc 12,49-53)

Julgais que vim trazer a paz à terra? Não, vos digo eu, mas separação [...]. (Lc 12, 51)
Há na sociedade maçônica um culto a unidade. A unidade só é desejável na verdade, fora disso trata-se de uma tirania. A confusão das línguas não foi obra do demônio, mas manifestação da destra de Deus, um castigo aos homens orgulhosos. Também Cristo vem ao mundo para trazer a separação, separar os santos do mundo, o homem do pecado. Separação, divisão, fragmentação; consegue saborear estas palavras? Trata-se da tônica deste século, o sinal dos tempos. É preciso que venha a divisão, para que os bons não sejam arrastados ao lago de fogo e enxofre, é preciso que haja fragmentação para que existam caminhos de liberdade, becos de sanidade, rotas de fuga desta sociedade iníqua. Aquele que trás a unidade, a república universal, o governo global, é o Anti-Cristo.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Armas de Justiça


Santo Antônio de Sant'Ana Galvão - Memória | Quarta-feira 
Primeira Leitura (Rm 6,12-18) 
Responsório Sl 123(124),1-3.4-6.7-8 (R. 8a) 
Evangelho (Lc 12,39-48) 

1.

Não reine, pois, o pecado no vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas concupiscências. Não entregais ao pecado os vossos membros, quais armas de iniquidade, mas oferecei-vos a Deus, como vivos, depois de ter estado mortos, e vossos membros a Deus como armas de justiça. (Rm 7, 12-13) 
Tal qual água parada se torna criadouro do mosquito da dengue, também um corpo parado, apoltronado na preguiça, tende a se tornar fonte de concupiscência. A disciplina corporal fez parte da vida de todos os santos. Nos tempos antigos as ferramentas eram o jejum, a vigília e o cilício. Ainda o são, sobretudo para religiosos e sacerdotes. Ao leigo, contudo, costuma-se se recomendar o trabalho e desporto. Treine e discipline seu corpo, faça de seus membros armas da justiça. 

2. No Evangelho de hoje  nos é dito que servo que procedeu mal, conhecendo a vontade de seu senhor, levará muitos açoites. Aquele, porém, que também procedeu mal, mas desconhecia a vontade de seu senhor levará poucos açoites. Ainda assim, será açoitado e castigado. Há no Brasil certo culto a ignorância, como se ela o escusasse do cumprimento de certos deveres. Não é assim. Também o ignorante que proceder mal será castigado. Com menos rigidez talvez, mas tenho certeza que os açoites devem doer de qualquer jeito. Devemos aspirar não a ignorância mas a sabedoria, e obtendo a sabedoria devemos agir de maneira digna dela. A preguiça, o culto a ignorância e a mediocridade não nos levarão ao céu.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Nada há escondido que não venha a saber-se


28ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira
Primeira Leitura (Rm 4,1-8)
Responsório Sl 31(32),1-2.5.11 (R. cf. 7)
Evangelho (Lc 12,1-7)

Nada há de oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a saber-se. Por isso as coisas que dissestes nas trevas, serão ouvidas ás claras, e o que falastes ao ouvido no gabinete, será apregoado sobre os telhados. (Lc 12,  2-3)

A arte mortuária egípcia, ocultada pelas areias do tempo no deserto, foi posta a luz e exposta aos homens de todo o mundo. As intrigas e conspirações dos hereges infiltrados no Vaticano, estão de tal maneira visíveis que é difícil manter a ignorância senão com um criminoso ato da vontade e a mutilação da própria consciência. De Howard Carter, arqueólogo inglês que trouxe a luz o túmulo do Faraó Tutancâmon a Julian Assange hacker ativista que revelou os crimes de guerra dos EUA e as torturas de Guantánamo, todo aquele que traz a luz antigos segredos está de alguma forma servindo a Providência, ainda que não o saiba. Também hoje, em tempos de guerra, muitos "quebram o código da Matrix" e desmontam as narrativas mentirosas das potências assassinas. Se o tempo por si mesmo revela traços da verdade, que se dirá do Dia do Juízo, onde todo o sentido da história e até mesmo a ação angélica será postas as claras. Rezemos hoje por aqueles homens que fazem destes versículos o lema sua vida, rezemos pela salvação e segurança de Julian Assange que neste momento provavelmente está sendo MKultrado em algum porão da CIA.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Desigualdade entre os tempos



28ª Semana do Tempo Comum | Segunda-feira
Primeira Leitura (Rm 1,1-7)
Salmo Responsorial Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4 (R. 2a)
Evangelho (Lc 11,29-32)

A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão. Os ninivitas se levantarão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. (Lc 11, 31-32)

Assim como não há igualdade entre os homens, não há entre os tempos. Há momentos únicos na história que não se repetem, há tempos superiores e inferiores que exigem um comportamento condigno. Aí está quem é mais do que Jonas, aí está quem é mais do que Salomão, muitos sábios e profetas desejaram ver o que vós vedes e não viram, ouvir o que ouvides e não ouviram... A história não é monótona e não dispensa o discernimento. Erram os que sonham com uma eternização do presente, ou ainda do passado, e tal erro não será condenado apenas por Deus, como pelos próprios homens de diversos quando.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A ira e o amor de Deus manifestos na natureza


27ª Semana do Tempo Comum | Quarta-feira
Primeira Leitura (Jn 4,1-11)
Responsório Sl 85(86),3-4.5-6.9-10 (R. 15b)
Evangelho (Lc 11,1-4)



1. Deus fez crescer um rícino - que no Brasil conhecemos por mamona - para fazer sombra a Jonas. No dia seguinte, porém, enviou um verme que atacou a raiz (seria um nematoide?) e a árvore secou. Também fez soprar um vento ardente do Oriente e intensificou o brilho do sol. O calor era tamanho que Jonas desejou a morte. Deus pode manipular o clima para castigar os homens, se assim o quiser. Enviar tempestades, fazer perecer a vegetação, intensificar o calor, enviar vermes, gafanhotos e tantas outras pragas. Mais do que o carbono, talvez o grande catalizador das mudanças climáticas sejam os pecados dos homens, uma transição energética renováveis - que é até uma ideia interessante - não será suficiente para livrar os homens das intempéries climáticas, o que o mundo precisa é de penitência e oração.

2. 
E, então, não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil seres humanos, que não sabem discernir entre a sua mão direta e a sua mão esquerda, e uma inumerável multidão de animais:? (Jn 4,11)

Se a animolatria -  a adoração dos animais - é um erro, seu desprezo é outro. Deus menciona, no final do livro de Jonas, uma multidão de animais em Nínive, como objetos de sua compaixão. Elenca o Ritual Romano a crueldade para com os animais como um dos sinais de possessão demoníaca. Deus ama a sua criação, quiçá possamos ver também um sinal do amor de Deus em tantas de suas belas criaturas, como fez São Francisco de Assis.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Dos mistérios associados ás águas profundas


27ª Semana do Tempo Comum | Segunda-feira
Primeira Leitura (Jn 1,1–2,1.11)
Responsório Jn 2,2.3.4.5.8 (R. 7c)
Evangelho (Lc 10,25-37)


1. Jonas intentava fugir da face do Senhor, e uma terrível tempestade se abateu sob o navio onde estava ameaçando de morte todos os seus companheiros. Quando um homem chamado por Deus tenta fugir de sua missão, o mesmo atraí maldições não só para si mas para todos aqueles que o cercam. Que os homens de Deus abracem seu chamado é uma exigência para o bem comum, cabe fazermos o possível para que encorajá-los, senão por caridade, ao menos por temor do que nos há de acontecer...


2. Afim de aplacar a ira do Senhor, os marinheiros jogaram o homem ao mar. Jonas foi devorado por um grande peixe, possivelmente uma baleia (sim eu sei que a baleia é um mamífero, mas não espere assim tanto rigor taxonômico por parte do autor sagrado) onde passou três dias e três noites em penitência. Creio que o drama da situação possa ter obnubilado a estética da mesma, contudo que esplêndido e confuso cenário não terá sido o interior daquela criatura? Três dias e três montes nas entranhas daquele peixe, observando os tecidos, o estranho movimento das paredes, a pressão das profundezas. Ainda hoje são as águas um grande mistério, se diz que conhece mais a humanidade a lua que as profundezas do Oceano. Que espécie de criaturas terríveis e esplendorosas ali não habitariam, que tipo de segredos não estariam ocultos? Os tesouros dos antigos, as ruínas de Atlântida, o grande Leviatham.... Aliás, foi nas águas que os pescadores encontraram a imagem da Virgem Negra, Nossa Senhora Aparecida (abaixo uma bela imagem do Aquário de Aparecida). Creio ser oportuno alimentar uma saudável curiosidade e temor para com o reino subaquático, que tesouros naturais e sobrenaturais, quantos mistérios ocultos  não esperam corajosos aventureiros? Mas, é claro, há que se tomar cuidado para não ser seduzido pelas sereias ou sacrificado pelo culto de Dagon (se entenda como uma metáfora, claro que os monstros lovecraftianos não existem na vida real, mas outros tipos de demônios e cultos podem estar associados ao oceano, e cabe se precaver contra eles).



sexta-feira, 6 de outubro de 2023

A cidade sob uma perspectiva teológica


26ª Semana do Tempo Comum | Sexta-feira
Primeira Leitura (Br 1,15-22)
Responsório Sl 78(79),1-2.3-5.8.9 (R. 9b)
Evangelho (Lc 10,13-16)

1. No evangelho de hoje, Nosso Senhor Jesus Cristo repreende as cidades de Betsaida, Corazim e Cafarnaum por não o terem se convertido ante tão estrondosos milagres nelas manifesto. Aí se deve entender tais cidades em toda a sua concretude histórico-geográfica. Não apenas as pessoas, mas também os lugares tem uma personalidade própria e um papel no plano da salvação. Cada cidade é guardada por um Arcanjo Custódio e será sujeita de algum modo ao julgamento no fim dos tempos. Pergunto ao leitor, como é a cidade onde mora? Conhece ele sua história, suas características peculiares, o ethos que lhe é próprio? No dia do juízo, será ela elevada os céus ou precipitada no inferno? Os integralistas falam muito sobre o conceito de municipalismo, para além de uma perspectiva política e administrativa, pensemos nisto, porém, desde uma abordagem teológica. Sejamos de alguma forma ''municipalistas'' conscientes da história da cidade em que nascemos, das cidades onde moramos e, de algum modo, procuremos colaborar em sua edificação espiritual, para que não sejam alvos de reprimendas no dia do juízo.

2. Ainda que não conste nas leituras de hoje, cabe recordar o episódio de Sodoma e Gomorra afim de aprofundar nossa reflexão. Tais cidades foram destruídas, ao mesmo tempo Lot foi poupado. Vemos nessa passagem bíblica tanto a força das agremiações coletivas, como quase todos os cidadãos se tornaram um com a cidade e participantes de seu pecado, quanto a força da personalidade individual, como Lot apartou-se de tudo isso e manteve-se íntegro. Mas se Lot foi justo, o mesmo não se pode dizer de sua família: sua esposa se apegou a Sodoma e foi transformada em uma estátua de sal, suas filhas o embriagaram e praticaram incesto com mesmo, dando a luz a nações abomináveis. Cuidado com o lugar onde habitas e os lugares que frequenta, há um velho ditado segundo o qual: os chiqueiros fazem os porcos. Ainda que consiga manter a integridade de forma heroica, se poderá dizer o mesmo daqueles que ama e que o acompanham?

3.  Por fim, convido o leitor a dirigir sua atenção a  prosperidade de cidades-estado como Singapura e Hong Kong, de algum modo é uma mostra dos caracteres funcionais do municipalismo levados as últimas consequências: a capacidade de pequenos centros se desenvolverem e projetarem internacionalmente, ao mesmo tempo em que são capazes de proporcionar beleza e qualidade de vida aos seus moradores (ao lado uma bela foto do aeroporto de Singapura). Mas claro, nem tudo é tão simples, estas belas cidades soberanas dependem de algum ente maior para lhes proporcionar proteção militar e a ausência ou enfraquecimento desta, pode proporcionar o fim de sua soberania, como está a acontecer com Hong Kong a ser devorada pela China. Ainda assim, é interessante considerar essas formas de organização, tão estranhas a burocracia federativa herdada da ditadura de Getúlio Vargas -  ditadura esta que chegou a proibir as bandeiras estaduais - e considera como uma ofensa toda a afirmação de caracteres locais para fora daquelas zonas consideradas ''oprimidas''. Aos coitadinhos se tolera que desenvolvam uma cultura local, aos fortes porém é intolerável! É uma ofensa tremenda, é racismo, fascismo ou seja lá que outro adjetivo calunioso queira inventar a esquerda que se apropriou das estruturas do Estado no Brasil.