Deus Todo Poderoso, que nos criou à Vossa imagem e nos indicou o caminho do bem, do verdadeiro e do belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela Internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos sejam aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Apostolado do Medo

O Inferno de Dante, as pinturas de Hieronymus Bosch, o Dies Irae de Amadeus Mozart, a aterrorizante máscara do médico de Peste, o gore - a violência gráfica - das torturas sofridas pelos mártires (retratadas nas catedrais e detalhadamente descrita no martirológio romano), a indescritível aparência - quase lovecraftiana - dos anjos veterotestamentários, as terríveis profecias acerca do fim dos tempos, a veneração aos cadáveres dos bem-aventurados, a crudelíssima tortura da cruz; o mistério do terror, o apostolado do medo sempre fizeram parte da pedagogia da Igreja. O mundo é um lugar cruel e ameaçador, a espada Dâmocles paira sobre nossas cabeças, revestindo nossa existência de gravidade e tensão. Contemple a face do medo, não desvie o olhar, os abismos da maldade humana, toda dor que nossos mártires tiveram de suportar, afim de escapar das penas terríveis do inferno. Aprecie o terror que as formas angélicas inspiram, experimente a desolação ante os abismos da onipotência divina e, compreenda, pobre verme, que não és nada senão pó da terra.

Os protestantes de outrora se incomodavam com esse aspecto um tanto quanto mórbido do catolicismo tradicional, a Família Adams é uma expressão cartunesca da forma que uma família católica era vista desde olhos dos hereges. Infelizmente, esse caipirismo religioso, esse bo1olismo espiritual se infiltrou em meios católicos. A contemplação do horror é necessária para se ter uma dimensão do real, o temor de Deus é o princípio de toda a sabedoria, se não é o homem capaz de contemplar o sofrimento e experimentar - ainda que imaginativamente - o terror, como pode ele defender e a Igreja dos ataques do inferno?

Criei este espaço afim de dizer aquilo que não é dito, de contrariar o senso comum da cultura liberal-mundana. Se está aqui, meu irmão, escute minha mensagem: cultive o medo, o horror, fique noites sem dormir, trema ao pensar no inferno, na besta e no Anti-Cristo, no juízo de Deus Altíssimo; então será capaz de viver uma existência responsável; ao contrário, viva despreocupadamente, mergulhado em poltronice burguesa, como se a vida fosse um grande pagode, e terminará sendo o entretenimento dos demônios.


*Apesar de ter citado Mozart no corpo do texto, preferi incorporar na postagem a versão de Giussepe Verdi do Diaes Irae.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Quão amável é a tua morada, Senhor dos exércitos!


17ª Semana do Tempo Comum | Quinta-feira
Primeira Leitura (Êx 40,16-21.34-38)
Responsório Sl 83(84),3.4.5-6a e 8a.11 (R. 2)
Evangelho (Mt 13,47-53)


1. Nos quarenta anos de êxodo, Israel habitava em tendas. no deserto Havia toda uma complexa estrutura tecnológica [ainda que primitiva] montada para permitir a vida e o culto divino nesta vida nômade. Hoje temos tecnologias tanto mais refinadas, mas ainda não aplicamos o potencial das mesmas ao nomadismo. Seria possível instalar confessionários em vãs, catedrais em aviões, vending machines em ônibus, laboratórios em apartamentos e até mesmo uma nação dentro de um navio (a Jangada de Snow Crash). Podemos compactar grandes estruturas de forma funcional em pequenos espaços, apenas falta um porquê. Carl Sagan especula sobre a criação de uma complexa civilização dentro de naves espaciais intergeracionais, afim de possibilitar a exploração e colonização espacial. Não é empolgante?

2. 
Quão amável é a tua morada, Senhor dos exércitos! (Sl 83(84), 2)
Em sua peste pacifista e tendo em vista a castração espiritual dos fiéis, alteraram os modernistas as escrituras, substituindo a expressão "Senhor dos Exércitos" por "Deus do Universo", tal adulteração perversa acaba por obscurecer uma importante realidade da fé: o combate espiritual.  Por mais que a mitologia pagã tenha seja uma corrupção demoníaca da religião adâmica, há um longínquo eco de verdade na ideia de Valhala: o céu é para guerreiros, só quem tomou parte no combate espiritual, tão somente os soldados do Senhor Deus dos Exércitos, poderão gozar de sua presença. O céu não é para covardes e boiolas.

3.
Ele disse-lhes: "Por isso todo escriba instruído nas coisas do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira dos seus tesouros coisas novas e velhas! (Mt 14,52)
Os (malditos) modernistas não entenderam este versículo, na verdade foram - por sua vaidade - como que estupidificados pelo Diabo. Primeiro pensaram que deveriam abandonar as ''coisas velhas'' para abraçar às novas, quando há no tesouro lugar suficiente para ambas. Segundo que suas supostas novidades não eram realmente novas, mas apenas as velhas heresias refinadas com uma verborragia acadêmica. A novidade está, pois, na tecnologia e nos segredos do cosmos, na ampliação dos meios de ação do homem e na possibilidade de explorar novas paisagens, não na tolice de intelectuais europeus efeminados criados no cativeiro das universidades.