
9ª Semana do Tempo Comum | Quarta-feira
Primeira Leitura (Tb 3,1-11a.16-17a)
Responsório Sl 24(25),1-3.4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R. 1b)
Evangelho (Mc 12,18-27)
1. Profundamente ofendida pela resposta de uma empregada, Sara subiu ao quarto onde orou e jejuou por três dias, em busca de luzes e consolação da parte de Deus. Também nós devemos rezar durante os momentos de tristeza e raiva. Um mundano talvez aconselhasse Sara a não levar desaforo para casa, a pagar com a mesma moeda da empregada, responder com grosserias. Isso seria dar vazão a ira. Se assim o fizesse, que teria Sara de diferente de tantos incrédulos? Contudo, porque suportou o sofrimento injusto foi Sara liberta do demônio, recebeu as graças divinas e a honra de ser citada nas Escrituras Sagradas e ter sua memória perpetuada pelos séculos dos séculos.
2.
Quando ressuscitarem de entre os mortos, nem os homens tomarão mulheres, nem as mulheres homens, mas todos serão como os anjos no céu. (Mc 12, 25)
O casamento, quando vivido adequadamente - isto é na fidelidade, fecundidade, indissolubilidade e adequada subordinação da mulher ao marido e de ambos a Deus - é uma realidade abençoada. Contudo, a pureza e a virgindade são realidades infinitamente superiores, pois são testemunhos, já aqui na terra, das realidades que serão vividas por todos no céu. Aqueles que se erguem contra o celibato eclesiástico estão na verdade tomando parte nos planos de Satanás, ainda que não o saibam.
3. No conto de ficção científica "Pedras estranhas" (no original Alien Stones), o autor (Gene Wolfe) faz um uso artístico extremamente interessante desse versículo, embora num contexto um pouco controverso: é usado ao final do conto, após o contato do protagonista com seres alienígenas (apresentados de forma a expressar o incognoscível), como uma forma de ilustrar a existência de outras lógicas, de realidades completamente diferentes aquilo que conhecemos, as quais só podemos ter acesso por meio de metáforas. Não creio na existência de alienígenas - ao menos não seres dotados de consciência análoga a humana - contudo, a perspectiva de Wolfe é interessante. Existe de fato o incognoscível, realidades grandes em demasia para nossa vã compreensão, as quais nossa experiência humana pouco pode fazer para explicar. A lógica terrena do casamento não se aplica ao céu, assim como tantas outras categorias humanas não são capazes de explicar os mistérios do cosmos.

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