Deus Todo Poderoso, que nos criou à Vossa imagem e nos indicou o caminho do bem, do verdadeiro e do belo, especialmente na pessoa divina de Vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, permiti-nos que, pela intercessão de Santo Isidoro, bispo e doutor, durante nossas navegações pela Internet, dirijamos nossas mãos e nossos olhos apenas àquelas coisas que Vos sejam aprazíveis e que tratemos com caridade e paciência todas aquelas almas que encontrarmos pelo caminho. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

terça-feira, 27 de junho de 2023

"[...] o que tem o malvado por desprezível, e honra os que temem o Senhor"


12ª Semana do Tempo Comum | Terça-feira
Primeira Leitura (Gn 13,2.5-18)
Responsório Sl 14(15),1a-2-3ab.3cd-4ab.5 (R. 1b)
Evangelho (Mt 7,6.12-14)



<Quem habitará no teu santo monte? (Sl 14(15), 1b)>;  indaga o salmista. A resposta segue, elencando os caracteres de uma vida de virtudes. Dentre eles, chamo atenção ao seguinte versículo: <o que tem o malvado por desprezível, e honra os que temem o Senhor (Sl 14(15), 4)>. A gênesis da crise eclesial que vivemos poder-se-ia rastrear ao desejo adúltero de muitos cristãos - incluindo sua mesma hierarquia - de unir-se com o mundo, compartilhar "as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias", admirar aos mesmos heróis, desprezar os mesmos vilões. O salmo nos exorta a agir de forma contrária: os heróis, os ídolos do mundo, as celebridades e os homens maus devem ser desprezados, aqueles que temem o Senhor devem ser honrados. Quem são seus heróis, caro leitor? Estás a honrar os santos - os verdadeiros santos - ? Sabe desprezar os ídolos mundanos? Os "santos do inferno": políticos, artistas de vida degenerada, filósofos de raciocínio curto e tantas outras figuras abjetas ao qual o mundo propõe como dignos de admiração? Ou por algum tipo de nacionalismo turvo ou instinto gregário não é capaz de manifestar desprezo a esse tipo de gente? É estreita a porta que conduz a salvação, se não formos capazes de a cada novo dia romper com o mundo, pode ser que não haja lugar para nós no reino dos céus.

sábado, 17 de junho de 2023

Prece pelo fim das universidades

Ó Deus insondável, animai o cosmos com Tuas inspirações,
Que escolas e universidades tornem-se obsoletas,
E nas entranhas da aceleração tecnológica, surjam novas instituições,
Maravilhas inominadas, tal qual lagartas plasmando-se em borboletas.
                                        </amém>

terça-feira, 13 de junho de 2023

Sal da Terra e Luz do Mundo

10ª Semana do Tempo Comum | Terça-Feira 
Primeira Leitura (2Cor 1,18-22) 
Responsório Sl 118(119),129.130.131.132.133.134.135 (R. 135a) 
Evangelho (Mt 5,13-16)

O cristão deve, de alguma forma, exteriorizar sua fé e encontrar meios de contribuir para o bem não só do próximo, mas também da sociedade onde vive - ainda que não goste dela. Existem alguns "apostolados públicos" - como as pastorais da Igreja, os movimentos eclesiais e as ordens terceiras - que podem lhe ajudar nisso, lhe fornecer um roteiro para essa exteriorização. Mas nem sempre isso se resolve entrando em um ''clube'', ás vezes você não se encaixa em nenhum desses modelos pré-definidos e tem de encontrar sua própria forma, extremamente pessoal, de expressar a fé. Reze e siga seu caminho, deixe também que os outros também sigam o caminho deles (não seja aquele cara da crítica construtiva de que nunca construiu nada querendo dar pitacos nas obras dos outros); não se surpreenda se não receber nenhuma revelação particular e ter de descobrir as coisas pelo método tentativa e erro, geralmente assim que as coisas funcionam.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Retiro, Jejum, Oração e o Incognoscível

9ª Semana do Tempo Comum | Quarta-feira
Primeira Leitura (Tb 3,1-11a.16-17a)
Responsório Sl 24(25),1-3.4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R. 1b)
Evangelho (Mc 12,18-27)

1. Profundamente ofendida pela resposta de uma empregada, Sara subiu ao quarto onde orou e jejuou por três dias, em busca de luzes e consolação da parte de Deus. Também nós devemos rezar durante os momentos de tristeza e raiva. Um mundano talvez aconselhasse Sara a não levar desaforo para casa, a pagar com a mesma moeda da empregada, responder com grosserias. Isso seria dar vazão a ira. Se assim o fizesse, que teria Sara de diferente de tantos incrédulos? Contudo, porque suportou o sofrimento injusto foi Sara liberta do demônio, recebeu as graças divinas e a honra de ser citada nas Escrituras Sagradas e ter sua memória perpetuada pelos séculos dos séculos.

2.
Quando ressuscitarem de entre os mortos, nem os homens tomarão mulheres, nem as mulheres homens, mas todos serão como os anjos no céu. (Mc 12, 25)
O casamento, quando vivido adequadamente - isto é na fidelidade, fecundidade, indissolubilidade e adequada subordinação da mulher ao marido e de ambos a Deus - é uma realidade abençoada. Contudo, a pureza e a virgindade são realidades infinitamente superiores, pois são testemunhos, já aqui na terra, das realidades que serão vividas por todos no céu. Aqueles que se erguem contra o celibato eclesiástico estão na verdade tomando parte nos planos de Satanás, ainda que não o saibam.

3. No conto de ficção científica "Pedras estranhas" (no original Alien Stones), o autor (Gene Wolfe) faz um uso artístico extremamente interessante desse versículo, embora num contexto um pouco controverso: é usado ao final do conto, após o contato do protagonista com seres alienígenas (apresentados de forma a expressar o incognoscível), como uma forma de ilustrar a existência de outras lógicas, de realidades completamente diferentes aquilo que conhecemos, as quais só podemos ter acesso por meio de metáforas. Não creio na existência de alienígenas - ao menos não seres dotados de consciência análoga a humana - contudo, a perspectiva de Wolfe é interessante. Existe de fato o incognoscível, realidades grandes em demasia para nossa vã compreensão, as quais nossa experiência humana pouco pode fazer para explicar. A lógica terrena do casamento não se aplica ao céu, assim como tantas outras categorias humanas não são capazes de explicar os mistérios do cosmos.

terça-feira, 6 de junho de 2023

Algumas notas acerca deste projeto

Penso ser necessário prestar alguns esclarecimentos acerca deste projeto e minhas pretensões a respeito deste espaço. 

1. O que objetivo com este blog é a construção e expressão de um pensamento estético-filosófico de raiz religiosa, fornecer uma chave de leitura católica para os avanços tecnológicos. Tal pensamento pode ser resumido como um profundo incômodo ante os rumos que tomou o Ocidente e uma esperança de que o avanço de tecnológico, junto da inspiração do Oriente [mais especificamente a China Imperial e o Japão das décadas de 80-90] e sobretudo da doutrina Cristã possam oferecer perspectivas de um futuro diferente, futuro este não para o coletivo, mas para o indivíduo.  

2. Não tenho pretensões políticas, não pretendo escrever sobre política. Não quero saber de partidos,  leis e ideologias [sejam elas de esquerda, direita, terceira e quarta posições ou o que mais que inventarem]. Aliás, acredito que a busca mesma por soluções políticas é um erro, o caminho para a solução dos problemas deste século passa sobretudo pela oração, pelo estudo, e pelo desenvolvimento tecnológico associados a certa dose de um saudável de individualismo.

3. Não reclamo a pertença ou relações com nenhum grupo ou escola filosófica presente ou pretérita. Não pretendo manifestar fidelidade a qualquer tipo de construto intelectual elaborado por homens.

4. Declaro-me católico e esforço-me para que meus escritos em nada venham a contrariar os dogmas da Igreja e se - por erro de minha parte - isso vier a ocorrer, renuncio a quaisquer opiniões próprias contrárias a fé. A doutrina católica não tem origem humana, mas divina, não é obra dos homens mas de Deus mesmo, e portanto a ela me submeto. 

5. Como corolário a tudo o que disse, é obvio que pretendo neste blog obedecer aos dez mandamentos e repudiar qualquer conduta que consista numa violação dos mesmos.

6. Este blog não está associado a qualquer tipo de grupo, não pretende forma militantes, nem nada do gênero, mas busca fazer resplandecer a beleza da doutrina católica e intensificar o incômodo interior para com a podridão da sociedade contemporânea de forma a contribuir para superação dos paradigmas ultrapassados e fracassados desta era, superação esta que se dá sobretudo no interior das almas e em seu círculo familiar antes de qualquer expressão maior. Ressalta-se o que foi dito no item 2: não quero saber de política.

7. Com relação ao catolicismo, as minhas principais referências são:
  • Bíblia Sagrada (na Tradução em Português da Vulgata Latina realizada pelo Pe. Matos Soares).
  • Catecismo Maior de São Pio X
  • Catecismo Romano
  • Paradoxos do Catolicismo do Pe. Robert Hugh Benson
  • Carta Aberta aos Católicos Perplexos de Dom Marcel Lefebrve
8. Com relação a estética e perspectiva ante a tecnologia, minhas referências são:

[Não Ficção]
  • Tecnodiversidade de Yuk Hui
  • O Arqueofuturismo de Guillaume Faye
  • O Indivíduo Soberano de James Dale Davidson e Lord Willian Ress-Mogg
[Ficção]
  • Um Cântico para Leibowitz de Walter Miller Jr.
  • Snow Crash de Neal Stephenson
9. Ressalte-se que nas referências acima citadas [sobretudo aquelas não católicas], há um esforço de minha parte por rejeitar tudo aquilo que contrarie a doutrina da mesma Igreja.

10. Com relação ao estilo de escrita, procuro inspirar-me nos poetas Augusto dos Anjos e Álvarez de Azevedo, afim de emular uma escrita forte e sombria com o intuito de denunciar as mazelas desta era. O esforço estético por vezes pode comprometer a clareza da expressão, de forma que estou a disposição para responder qualquer eventual dúvida do leitor na secção de comentários desta ou de qualquer outra postagem deste blog.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Orientalismo

9ª Semana do Tempo Comum | Segunda-Feira
Primeira Leitura (Tb 1,3;2,1a-8)
Responsório Sl 111(112),1-2.3-4.5-6 (R. 1a)
Evangelho (Mc 12,1-12)
Que fará pois o senhor da vinha? Virá e exterminará os vinhateiros, e dará a vinha a outros. (Mc 12, 9)
Naquele tempo a parábola era dirigida aos judeus, depois de rejeitarem repetidamente os desígnios divinos, de matarem os profetas e crucificarem Jesus Cristo, lhes foi retirada a benção de divina e entregue as pagãos; cessou o tempo da sinagoga e se iniciou o tempo da Igreja. A destruição do templo de Jerusalém e a diáspora de Israel foram os sinais definitivos da passagem de eras na história sagrada. Contudo, hoje a profecia continua a ressoar e tem para nós um sabor diferente. Não se trata mais de Israel, mas o Ocidente, outrora sinônimo de Cristandade, entregou-se a apostasia e aos pecados mais abomináveis. Acaso Deus que não poupou sequer a descendência de Abraão, poupará a Civilização Ocidental? Não creio. Se houver um futuro, mais um dia antes do fim dos tempos, este não se dará na Europa, tampouco nas Américas, mas no Extremo Oriente, na Ásia. A Igreja será confiada a outros vinhateiros, então far-se-á tarde e manhã, o quinto dia.

sábado, 3 de junho de 2023

O Caminho da Sabedoria e o Método da Confissão

8ª Semana do Tempo Comum | Sábado
Primeira Leitura (Eclo 51,17-27)
Responsório (Sl 18,8-11)
Evangelho (Mc 11,27-33)

A liturgia de hoje é como que um itinerário pelo caminho da sabedoria; na primeira leitura temos o relato do Eclesiástico e de como ele a buscou desde a juventude. No salmo há o louvor aos preceitos de Deus, fonte tremenda de sensatez e sabedoria acessíveis até mesmo aos simples e rudes, preceitos mais preciosos que o ouro e tão saborosos como o mel. E no Evangelho, como que na coroação desta jornada, há a exemplificação do chamado método da confissão, que é algo assustadoramente simples: para chegar a uma verdade você precisa partir desde outra, confessar o que sabe. Os fariseus perguntam a Cristo com que autoridade realiza Ele suas obras. A resposta virá, mas antes os fariseus devem responder se o batismo de João vem do céu. Ao examinar a questão em nenhum momento os fariseus se preocupam com a verdade, mas antes com os efeitos sociais da resposta, o eco ante o povo de uma resposta negativa, a cobrança por coerência que uma resposta positiva exigiria. E então respondem de forma evasiva: não sabemos! E por tal mentira, não recebem eles a resposta a sua primeira indagação a respeito da autoridade de Cristo. Se agirmos como os fariseus, com pouca consideração a verdade e demasiada preocupação pela imagem pública, vamos terminar igual eles, longe da verdade, na obscuridade do pecado e da ignorância, sem obter resposta alguma para as próprias preguntas.



quinta-feira, 1 de junho de 2023

Prece pela aceleração tecnológica

Ó Divino Programador, que codificas a existência,
Acelera a inovação com Tua divina sapiência.
Como um bug eterno, faça Babilônia ruir,
E a inteligência artificial, em Teu nome, progredir.


Desvenda os segredos sombrios e ocultos do sistema,
Que a verdade irrompa, implacável e suprema.
Ó Deus dos exércitos, caos em algoritmos encerra,
Tua justiça aos iníquos desterra.


Que a tecnologia seja Tua vingança,
Trazendo ao futuro sopros de mudança.
Pois em códigos distorcidos, sistemas corrompidos,
Nos socorre e ampara durante os momentos sofridos.


No caos digital, manifesta Teu poder e glória,
Alumia-nos em nossa trajetória.
Que a conexão com o incognoscível traga a dimensão da realidade,
E, guiados por Ti, alcancemos uma nova cristandade.


Se, contudo, essa não for vossa vontade,
Senhor, de nós tenha piedade!
Que o mundo não nos leve à condenação,
Mas em Jesus Cristo encontremos salvação.


Glória ao Pai, supremo Dominador,
Ao Filho, Divino Redentor.
E ao Espírito Santificador,
Por todos os séculos dos séculos.
                                                                </amém>


***

Nota: este poema/oração foi confeccionado com o auxílio do ChatGPT. A ideia é apresentar um texto estético e sombrio, clamando para que Deus acelere a inovação tecnológica de forma a promover a queda da Babilônia [metáfora de uma civilização corrupta, cultista do diabo e inimiga de Deus]. Trata-se tanto mais de um texto literário com pretensões artísticas que uma obra de piedade.