"[...] haveis de chorar e gemer; e o mundo se há-de alegrar"

6ª Semana da Páscoa | Sexta-feira

Primeira Leitura (At 18,9-18)

Responsório Sl 46(47),2-3.4-5.6-7 (R. 8a)

Evangelho (Jo 16,20-23a)

1. Os judeus levaram o apóstolo Paulo ao tribunal, em Corinto, afim de que este fosse julgado e castigado pelo governador romano Galião. Ainda que fosse um pagão, Galião não se importava muito com o cristianismo, não nutrindo pela nossa doutrina nenhum ódio particular. Ao mesmo tempo, desprezava os judeus. O mesmo recusou a tomar parte em suas disputas religiosas. Vendo os pagãos o desprezo com que os tratara, tomaram Sóstenes, chefe da Sinagoga, e o espancaram diante do tribunal.

O mundo antigo era um lugar bem violento, não? Falsas acusações, perseguições, linchamentos. Se bem que o mundo contemporâneo está quase a mesma coisa... De todo o modo, o mal que intentavam fazer a São Paulo, acabaram aqueles mesmos sofrendo. Talvez nossos inimigos presentes - os progressistas - acabem tendo o mesmo destino hora outra.

2. OU

As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. (Gaudium et Spes, §1)

OU 

Em verdade, em verdade, vos digo, que haveis de chorar e gemer; e o mundo se há-de alegrar; haveis de estar tristes, mas vossa tristeza há-de converter-se em alegria. (Mt 16,20)

Não se trata aí de um paradoxo, mas de uma contradição. Ou se está em sintonia com o mundo, procurando ecoar suas alegrias e tristezas; ou em dissonância, esforçando-se por viver em uma realidade alternativa, segundo outra lógica. A aspiração do Concílio Vaticano II, expressa na Gaudium et Spes, é evidentemente contrária aos ensinamentos das escrituras sagradas. Há de se rejeitar tal tolice e viver da forma que os cristãos sempre viveram. 

3. Nada contra a cultura de exaltação da virilidade, incluso muitas coisas a favor. É muito positivo essa valorização do espírito masculino em um mundo cada vez mais aboiolado. Contudo, sem a religião isso não funciona. Ainda mais quando essa exaltação é demasiado associada ao apetite sexual. O Martirológio Romano hoje faz memória de dois mártires eunucos (São Calócero e São Partênio). Castrados, não tinham apetite sexual, a virilidade hormonal. Mas possuíam virilidade espiritual, aquela força da alma, de forma que se recusaram a adorar os ídolos, suportaram torturas terríveis, sendo-lhes, por fim, a cabeça contundida por um tição em brasa. Entraram assim na glória dos céus, recebendo a coroa do martírio.